A luz das 16:30

Quando, aos meus seis anos de idade, uma professora pediu à nossa turma para desenhar o que mais gostávamos de fazer, não pensei duas vezes: desenhei o corredor do meu prédio onde brincava com meus amigos. Na hora não soube dizer por que. Não era pelo lazer, pela brincadeira em si, pela distração ou por acaso, mas me lembro de justificar dizendo que o Sol entrava pela janela e coloria o corredor. Eu falava com a professora: “sabe, quando o sol entra e você fica no cantinho, brincando?”.

Um momento que me confortava. Não existia desenho ou palavras que traduzissem aquele sentimento. O lápis de cera laranja não era suficiente. E ainda não foi!

Vinícius Steinbach

domingo, 3 de abril de 2011

Uma história de Vicente - 13.1

Não precisou muito tempo e Vicente começou a ver a movimentação de pescadores andando em uma direção. Saiam de vielas, como em afluentes, e desciam em uma só direção. Os pescadores formavam, então, um rio que corria para o mar.

Vicente resolveu se arriscar naquela correnteza. Nitidamente fora de contexto, ele andava seguindo seus objetos de observação. Notava-se que seu andar não obedecia ao ritmo dos outros, deslocado em si mesmo.