A luz das 16:30

Quando, aos meus seis anos de idade, uma professora pediu à nossa turma para desenhar o que mais gostávamos de fazer, não pensei duas vezes: desenhei o corredor do meu prédio onde brincava com meus amigos. Na hora não soube dizer por que. Não era pelo lazer, pela brincadeira em si, pela distração ou por acaso, mas me lembro de justificar dizendo que o Sol entrava pela janela e coloria o corredor. Eu falava com a professora: “sabe, quando o sol entra e você fica no cantinho, brincando?”.

Um momento que me confortava. Não existia desenho ou palavras que traduzissem aquele sentimento. O lápis de cera laranja não era suficiente. E ainda não foi!

Vinícius Steinbach

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Uma história de Vicente - 11.1

E Vicente continua cochilando na rodoviária.
Vocês entendem? Ele precisa disso...sonhar com a menina não tão bonita e com os barcos nem tão distantes.
Daqui a pouco ele acorda e vida que segue.
Vicente agradece a compreensão.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Uma história de Vicente - 11

Paraty. Rodoviária. Sabia que ali seria um bom lugar para começar. Afinal barcos em azul e branco é que não faltariam. Desceu do ônibus ainda pensando se deveria ter comido aquela coxinha em Angra. Não fez bem. Não faz mal. Chovia. Menos mal. Assim só sairiam na manhã seguinte quem interessava. Os turistas provavelmente ficariam nas pousadas passando hidratante nas costas queimadas. Por ali todos que desceram do ônibus pegaram seus táxis e foram. Ficou uma menina linda por perto. De perto não era tão linda. Vicente teve preguiça até de pensar em falar com ela. Sem pensar ela foi.
Vicente viu que seria melhor cochilar por ali mesmo e esperar o dia amanhecer. Quem sabe sonharia com a menina linda?

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Uma história de Vicente - 10


De qualquer forma, já havia decidido que não ficaria no fim de semana. Queria mudar a rotina, apesar de já ser um pouco tarde. Quem disse? O porteiro, o alfaiate ou o chefe? Vicente mesmo. Naquela altura da vida se casara com a rotina como qualquer outro. Casa, trabalho, casa, praia, casa, trabalho, casa. Mas agora entrara um novo valor nessa equação: barco. De qualquer forma, já havia decidido que não ficaria no fim de semana. Queria mudar a rotina e apesar de já ser um pouco tarde, já havia feito as malas para ir direto para a rodoviária. Vicente ligou para casa dos pais na hora do almoço, quem atendeu foi a irmã. Saudades da irmã. A mãe foi levar a santinha para a vizinha. Ontem fora o dia da reza na casa deles. O pai cochilava no sofá assistindo a reprise da derrota do Tupi pelo campeonato. Raiva... do pai ou do Tupi? Quanto tempo não ia ao Mario Heleno... por conta do pai ou do Tupi?
-...bom, abraços!No fim de semana não estarei por aqui caso liguem, viu? Inté Minas Gerais.