...e naquele ritmo, Vicente já não sabia para onde ia. Desde que saiu de casa com a necessidade de poesia, nunca mais voltou. Assim sendo, perdera o endereço de si mesmo.
Reparava na geometria de uma cidade da qual nunca fez parte.
Quebraram seu silêncio com o mar. Da beira via, do outro lado da baia, uma série de casebres amontoados nas pedras. Para cada casa, mais de um barco. Parecia um coral na superfície do mar.
O dia começava para os pescadores e a vida recomeçava para Vicente.
Havia um tempo que ele não entrava no mar. Não se sentia no direito de corromper aquela beleza. O sal parecia-lhe uma punição.