A luz das 16:30

Quando, aos meus seis anos de idade, uma professora pediu à nossa turma para desenhar o que mais gostávamos de fazer, não pensei duas vezes: desenhei o corredor do meu prédio onde brincava com meus amigos. Na hora não soube dizer por que. Não era pelo lazer, pela brincadeira em si, pela distração ou por acaso, mas me lembro de justificar dizendo que o Sol entrava pela janela e coloria o corredor. Eu falava com a professora: “sabe, quando o sol entra e você fica no cantinho, brincando?”.

Um momento que me confortava. Não existia desenho ou palavras que traduzissem aquele sentimento. O lápis de cera laranja não era suficiente. E ainda não foi!

Vinícius Steinbach

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Uma história de Vicente - 11

Paraty. Rodoviária. Sabia que ali seria um bom lugar para começar. Afinal barcos em azul e branco é que não faltariam. Desceu do ônibus ainda pensando se deveria ter comido aquela coxinha em Angra. Não fez bem. Não faz mal. Chovia. Menos mal. Assim só sairiam na manhã seguinte quem interessava. Os turistas provavelmente ficariam nas pousadas passando hidratante nas costas queimadas. Por ali todos que desceram do ônibus pegaram seus táxis e foram. Ficou uma menina linda por perto. De perto não era tão linda. Vicente teve preguiça até de pensar em falar com ela. Sem pensar ela foi.
Vicente viu que seria melhor cochilar por ali mesmo e esperar o dia amanhecer. Quem sabe sonharia com a menina linda?

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