A luz das 16:30

Quando, aos meus seis anos de idade, uma professora pediu à nossa turma para desenhar o que mais gostávamos de fazer, não pensei duas vezes: desenhei o corredor do meu prédio onde brincava com meus amigos. Na hora não soube dizer por que. Não era pelo lazer, pela brincadeira em si, pela distração ou por acaso, mas me lembro de justificar dizendo que o Sol entrava pela janela e coloria o corredor. Eu falava com a professora: “sabe, quando o sol entra e você fica no cantinho, brincando?”.

Um momento que me confortava. Não existia desenho ou palavras que traduzissem aquele sentimento. O lápis de cera laranja não era suficiente. E ainda não foi!

Vinícius Steinbach

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Uma história de Vicente - 3

O trabalho de Vicente ainda não era conhecido. Sabia-se que trabalhava com papéis. De que espécie? Não sei.

O apartamento era bom. Tinha vista para o verde. Dentre as exigências, Vicente só conseguiu uma parede revestida de madeira e o sol. Esse batia quase o dia inteiro. A vista da frente era para a rua. Do outro lado um comércio. A banca de jornal à direita. Uma lan house abaixo da janela. Dividia a entrada e saída do prédio com pré-adolescentes a vagabundar por ali. 'Vagabundice' por direito. Nessa idade podemos- pensava.

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